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AGORA QUE EU LENTAMENTE TOMO CONTROLE DE VOCÊ. POSSO LHE CONTAR O QUE ELE ME DISSE. 

“NÃO ERA POSSÍVEL! COMO?! COMO CREAM MANTEVE-SE VIVO TANTO TEMPO? QUANTO ELE DEU EM TROCA?!” 

EU INFELIZMENTE NÃO CONSIGO OUVIR VOCÊ DE VOLTA, É UMA CONEXÃO DE APENAS UM LADO SABE? BOM, COMO PROMETIDO, VOU LHE EXPLICAR. 

PARA SE DESFAZER O ERRO QUE OS QUATRO FIZERAM, É NECESSÁRIO OUTROS QUATRO, CAPAZES DE ENTENDER O UM. AS ÚNICAS PESSOAS QUE ENTENDEM O MAL QUE RESIDE NAS ESTRELAS SÃO OS ATORMENTADOS, PESSOAS QUE FORAM QUEBRADAS OU DANIFICADAS PELO MUNDO NO QUAL VIVEM. ELES TERIAM DE NASCER DE UM RITUAL DE TROCA AO REDOR DELE NO QUAL EU DEVERIA CONDUZIR TUDO, PARA TER CERTEZA QUE O DANO SERIA O SUFICIENTE PARA FUNCIONAR. 

PARA COMEÇAR, FUI ATRÁS DE AJUDANTES. PROCUREI PELAS CONEXÕES FAMILIARES DOS CREAM E CONTATEI ELES. 

DJONGA E TWAIN. 

ME AJUDARAM EM MINHA INICIAÇÃO NO CAMINHO DA ESCURIDÃO E REVELARAM A MIM OUTRAS FORMAS DE SE ALCANÇAR PODER SEM TROCAR MEU CORPO, QUE DEVERIA PERMANECER INTACTO. 

NÃO PENSOU PORQUE UMA CASA TÃO GRANDE ASSIM NÃO POSSUÍA MAIS NINGUÉM ALÉM DE MEU CORPO FÉTIDO? EU TROQUEI AS MENTES DE TODOS E DJONGA SE LIVROU DOS CORPOS, OS APAGANDO DA EXISTÊNCIA DO MUNDO. 

A MINHA INFINIDADE DE SERVOS FORA USADA PARA AUMENTAR MEUS PODERES E RESSUSCITAR NOSSO QUERIDO TEIXEIRINHA, DO QUAL USARÍAMOS PARA DISPERSAR E ATRAPALHAR A SUBIDA A MONTANHA. 

APÓS ISSO, FUI ATRÁS DOS NOVOS QUATRO. 

COM OS PODERES QUE EU ALCANCEI, PUDE ENCONTRAR QUATRO MULHERES NO MUNDO EM QUE SEUS FILHOS NASCERIAM NO MESMO MOMENTO. AS INFLUENCIEI QUE VIESSEM ATRÁS DA MONTANHA E QUANDO CHEGARAM TRANSMITI SUA VOZ DAS PROFUNDEZAS PARA A CABEÇA DELAS. ELE TINHA AS INFLUENCIADO. 

E ASSIM, O RITUAL FOI FEITO. VOCÊ E SEUS AMIGOS NASCERAM JUNTOS, NO MESMO SEGUNDO. MARCADOS PELO UM, FORAM MANDADOS PARA SEUS PAÍSES, ALGUNS PARA ABRIGOS E OUTROS PARA SUAS FAMÍLIAS. 

O QUE RESTOU PARA MIM FOI ESPERAR. 

GRAÇAS A MARCA DO UM, VOCÊS VIRIAM AQUI, JUNTOS, NO MESMO DIA, EXATAMENTE COMO DEVE SER. ESPALHAMOS TODO O MISTÉRIO PELA MONTANHA PARA QUE FOSSEM JUNTANDO OS PEDAÇOS NA JORNADA. 

DJONGA, TWAIN E TEIXEIRINHA OS ATRAPALHARIAM PARA QUE SOFRESSEM MAIS, APENAS COMO UMA DOBRADA GARANTIA. NÃO TINHAM PLANOS DE SAIR VIVOS DA MONTANHA, PORTANTO, CASO FOSSE NECESSÁRIO, FORÇARIAM SUAS PRÓPRIAS MORTES, DEIXANDO LEVAR ALGUM ATAQUE FACILMENTE REPELÍVEL. 

CASO MATASSEM ALGUÉM, TRARIAM SEU CORPO PARA O LOCAL DESIGNADO, MAS REFORCEI QUE VOCÊS TERIAM QUE ESTAR VIVOS, O QUE TENHO QUASE CERTEZA QUE TWAIN LEMBROU MOMENTOS ANTES DE MORRER E DEVE ESTAR ARREPENDIDO AGORA. 

PARA DEIXÁ-LOS MAIS CONFUSOS, PEDI PARA QUE MEUS AJUDANTES ALOCASSEM MINHA ESSÊNCIA PARA OUTRA COISA ALÉM DE MEU CORPO, PARA QUE EU PUDESSE COMPLETAR MEU PLANO COM AS MINHAS PRÓPRIAS MÃOS! 

AGORA, QUER QUE EU LHE CONTE PORQUE PRECISO DE VOCÊS? PORQUE ESTOU TOMANDO SEU CORPO? 

“NÃO!” 

VAIS OUVIR DE QUALQUER MANEIRA. 

Ao finalmente entender o nefasto plano de Cream, Viratempo reuniu suas últimas forças e conseguiu o controle de um único braço. 

“É O SUFICIENTE!” 

Com a afinidade que lhe restava, criou uma pequena lâmina de hidrogênio em seu dedo indicador e fez um corte no do meio, o suficiente para que sangue pingasse dele. 

Rapidamente levou sua mão a testa e fez algo, o imbuindo com sua última afinidade. 

Deixando o braço cair, Cream agora controlava livremente seu corpo, o deixando preso em sua mente com uma ansiedade insaciável. 

- Vamos ver seus amigos então – falou “Viratempo”, se dirigindo a escada secreta. 

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Os degraus giravam em si mesmos descendo rapidamente para o meio da montanha. A iluminação nas paredes de pedra cobertas de um estranho musgo era de lanternas fracas que permitiam ver até a próxima delas.  

- O que você acha que têm lá embaixo? – falou Sabbath. 

- Só falta uma coisa nesse quebra-cabeça. O Um – disse ela. 

Chegaram em uma grande porta que parecia feita de ouro. Sabbath a empurrou com bastante força. Xamã a viu e tremeu em descompostura, sabia exatamente o que havia atrás dela. Esteve no outro lado. 

No fundo da caverna, no centro de um círculo de troca e rodeado de quatro mesas e pedras com entornos humanos estava o progenitor de toda a afinidade.  

- Cuidado. A voz dele... – disse Xamã no exato momento que Sabbath e Makalister começaram a ouvi-la. 

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Eu nunca gostei muito dessa passagem. Estava aqui antes de minha família construir Soundgarden, perdida no meio de velhos escombros. As lanternas foi meu pai que mandou colocar, jurou pelos pais dele nunca abrir a porta de ouro, mesmo tendo uma extrema curiosidade. Diferente dele, não fui consumido por tal curiosidade, sabia o que tinha do outro lado. 

Estamos chegando no fundo agora. Gostaria de saber sua reação ao que eu irei fazer agora. Vocês se tornaram muito amigos? Sabem todos os medos um dos outros? Todas As Coisas Ruins de cada um? 

Queria ter mais tempo para fazê-los entender, mas a morte ignorante é mais cruel e poderosa do que qualquer outra. Uma horrível tragédia onde o mal não só ganha, mas salva a própria história de outras infindas tragédias. 

Seria eu uma das coisas ruins para vocês meu caro? Agora que percebi, nem sei seu nome! 

Não que isso importe tanto, mas seria bom sabe? 

Eu tentaria adivinhar, mas já estamos chegando, é a hora do show! 

Ao descer toda a escada e ver a porta de ouro aberta, pensou em chorar. Infelizmente não chegava a controlar as emoções daquele corpo, já que as inibia completamente ao tomar controle dele.  

Viu os outros do qual tinha atormentado a vida inteira, descendo cautelosamente a escada enquanto tapavam seus ouvidos. Um deles – com cabelos negros e longos – se virou, o olhando por alguns breves segundos antes de- 

BUM 

Demorou para processar, mas Cream sentiu o corpo ceder como se fosse papel. Caindo no chão sentiu uma leveza no local onde deveria estar o cérebro. 

Foi isso então, um tiro bem dado na testa. Você fez alguma coisa não é meu amigo? Bom, nós dois vamos para a luz agora. 

Parece que não pude completar o plano do meu jeito, mas tudo dará certo, eu tenho certeza disso. Agora vamos conversar, com calma e tranquilidade que apenas o depois pode nos proporcionar. 

Que comece a extinção. 

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Ao ver Viratempo com um símbolo Natas desenhado a sangue na testa, já sabia o que tinha acontecido. A cruz invertida enfiada na terra entregou a mensagem. 

O símbolo que significava apenas uma coisa: 

Não sou mais eu. 

Xamã fez o que tinha de ser feito, e ao acertar no símbolo, um fluxo intenso de memórias invadiu sua mente. Viratempo lhe entregou a resposta. 

Sabbath e Makalister tentavam entender o que tinha acontecido. Xamã matou alguém e agora gritava com as mãos em sua cabeça enquanto o sangue se espalhava e descia pela longa escada. Ela foi checar o corpo e ele tentou acalmar e trazer Victor de volta.  

- Meu deus – viu o corpo inerte de Viratempo e o símbolo em sua testa – É O ÁLVARES! 

- O quê?! – falou Sabbath levantando Xamã do chão enquanto os gritos diminuíam. 

Sem perceberem, seus machucados começaram a pingar vermelho. 

- Sabbath, ele tem a cruz invertida em sangue na testa dele. Será que... 

- Exatamente – falou Xamã, voltando aos seus sensos – Cream tinha possuído ele, o desgraçado tinha alocado sua alma para outra coisa. Estou bem Sabbath, consigo ficar de pé. 

- Então fizemos certo - disse Sabbath. 

- Sim. Fizemos – respondeu Xamã vendo seu sangue se encontrar com o chão. 

“Espere” pensou ele. Olhou para os outros e já estavam pingando fazia tempo. Não haviam poças, e sim pequenos rios se faziam de cada um, todas descendo e indo em direção dele. 

Juntou suas experiências naquele local com a mensagem de Viratempo. 

- O sangue... É SANGUE! ELE PRECISA DO NOSSO SANGUE! 

No momento que a hemoglobina dos quatro encostou no centro, algo se soltou. 

‘’Que comece a extinção”