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- Essa aqui é boa – falou Renton - é uma barreira basicamente, mas é bastante forte, ele deve ter trocado pelo menos a dor ou tato de um dos membros. Para conseguir chegar a este nível deve ter trocado memórias extremamente importantes também - Makalister checava a porta aberta cuja passagem fora impedida. 

- Como saímos daqui então? - perguntou Sabbath - não sabemos para onde ele foi e aqui dentro deve ter alguma pista para descobrirmos o que está acontecendo. 

- Tem uma maneira – falou ela – Se eu entrar na Prudence eu consigo quebrar essa barreira. 

Um silêncio se seguiu. Era claro que os dois ali sabiam o caminho mais rápido para a Prudence, um estado físico e mental em que se era permitido fazer mais do que as suas trocas lhe possibilitavam. Apenas os Bloodmancers conseguem chegar na Prudence devido a afinidade de sangue estar ligada intimamente com o corpo, e não com a mente como a afinidade negra. Em base, a Prudence é atingida quando se está com a afinidade ativa e acontece uma grande liberação de endorfina ou dopamina, e o método mais rápido é por meio do... 

- Eu sei que não é o momento. Você foi torturado e ele iria fazer coisas piores comigo. Mas se queremos chegar até o final e reencontrar Xamã e Viratempo, temos que sair desta sala – falou ela - você tem uma maneira melhor? 

Sabbath ficou em silêncio, ela não seria a primeira e ele tinha boa reputação no assunto. Decidiu então tentar não entender o que estava acontecendo, mas sim seguir o fluxo do destino. 

Ela o tocou e fez uma parte de seu sangue entrar no corpo de Sabbath – É para curar, vou fechar alguns desses cortes. Enquanto você estiver em mim, eu posso controlar seu fluxo também, vou fazer você parar de sangrar... E fique tranquilo, você é exatamente meu tipo – em um rápido movimento ela o tinha beijado. Sabbath a levantou enquanto permanecia a beijando e ela fechou suas pernas de aço ao redor da cintura nua dele. 

Sons carnais ecoaram pelo monastério. 

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O cortante frio da montanha aliviava Viratempo, que decidiu ficar um tempo longe das cavernas úmidas dali. Tinha voltado para o pé da montanha, e agora pôde ver a ponte destruída com seus próprios olhos. 

“Que merda... o negócio é subir até lá em cima mesmo” 

Olhou para o céu e viu que era – talvez - umas dez horas da manhã e quis que Renton estivesse ali para falar exatamente a hora. Olhou para a montanha e começou a pensar em tudo que o tinha levado até ali. Queria poder entender o que sua mãe poderia ter pensado. O que Cream tinha a ver com tudo isso? Porque os inimigos? Será que ele sequer estava vivo? 

Viu a distância o Posto de Controle Voraz e decidiu voltar lá para sair um pouco do frio, depois voltaria pelo mesmo caminho e seguiria para o monastério. Passava pela profunda neve do sopé, quase chegando ao posto, quando viu uma figura descendo o caminho da montanha. Antes que fosse visto se camuflou na neve com sua afinidade, já que agora se encontrava mais focado. Pegou seu revólver normal e quis que Xamã estivesse ali com sua Extensão que tinha poucas chances de ser refletida. A figura se aproximou do posto e entrou, Viratempo – camuflado – foi até a janela do casebre para ver o que ele iria fazer. O homem aparentava ser velho e estava bastante machucado, parecia ter sido mordido e furado, quem poderia ter feito aquilo? Seu robe cinza bastante sujo fez Viratempo o ligar com o monastério. Será que Sabbath e Renton estavam esperando ele e Xamã lá? Será que ele era inimigo? 

O suposto Monge pegou o rádio e o colocou na mesa colocando o mapa para o lado, e com uma forte afinidade fez ele ligar! 

“Afinidade Negra?!” Viratempo se assustou. Se aquele individuo usava de afinidade ele já teria o sentido ali fora, o observando. O homem respirava ofegante quando pegou o microfone e começou a falar com alguém. 

Com quem ele falava? Será que era Cream? Outro inimigo? O homem pegou o mapa e foi com ele até a lareira, deixando-o no fogo por alguns segundos, ele iria queimar? Mas não faria diferença alguma já que eles tinham memorizado os locais e o caminho! Ele tirou o mapa rapidamente e o colocou novamente na mesa, o olhava como se tentasse memorizar um caminho. Viratempo decidiu impedi-lo. 

Dois tiros estouraram os vidros do posto e acertaram a cabeça e o pescoço de Twain. 

“Ele estava tão concentrado em falar com essa tal pessoa que não percebeu minha presença e não refletiu meus tiros?!” 

Os olhos do monge olharam pela janela, esbugalhados enquanto procuravam seu inimigo. Caindo ele sumiu da linha de visão de Viratempo, seu sangue se espalhando pelo chão de madeira e seu calor lentamente se esvaindo. Antes de abandonar o plano terrestre, como tinha trocado todas as memórias de sua infância por poder, o velho agarrou em uma memória de Cream que passava em sua mente no momento com uma frase: 

“Quando terminarem sua missão e estiverem na beira do precipício, lembrem-se da razão de todo este planejamento. Lembrem-se da salvação...” 

Num súbito momento Twain morreu, e sua parte no plano de Cream estava feita... 

O primeiro inimigo foi derrotado! 

O que irá acontecer agora?!