06

Quando pararam de rolar e atingiram uma parede não se podia ver nada, uma completa escuridão os engolfou.
- Xamã? Tá aí? - falou Álvares.
- Aqui, aqui – Victor fez sua mão começar a brilhar, produzindo assim uma luz azul que iluminou a caverna - Você sabe fazer luz? - perguntou Victor.
- Sei, uma das primeiras coisas que aprendi – a mão de Viratempo agora também brilhava azul – Vamos ver a cara do desgraçado.
Se aproximaram do corpo e ao descobrir sua identidade, questionaram a si mesmos. Ele era mais um Retornado, mas suas mãos não estavam mais negras, o que dizia que ele realmente era o Bloodmancer que controlava os outros. Parte do crânio aparecia e sua pele era ressecada como a de qualquer ser decomposto e sua roupa era negra como a dos padres pré-Viscerais, como ele teria feito?
- Um Retornado controlando outros Retornados? - perguntou Xamã.
- Acho que sim. E pensando na nossa situação, tudo agora me parece possível - respondeu Viratempo.
- Verdade, o dia recém começou... - Xamã começou a sentir pequenas ardências pelo corpo, tinha sofrido cortes superficiais diversos – E começou com o pé esquerdo.
Xamã checou e viu que sua lanterna também tinha quebrado. Os dois tentaram subir por onde caíram, mas era íngreme e úmido, parecia coberto por um estranho líquido, quando Xamã percebeu que era úmido se preocupou.
- Viratempo, veja se tem caminho para algum outro lado, não tenho um bom pressentimento sobre esse lugar.
Álvares viu que haviam caído em uma espécie de corredor, uma caverna lapidada há muito tempo pelas ações da natureza ou por algum tipo de animal. Se agachou e viu uma estranha luminosidade vermelha tingida na pedra bruta do chão.
- Achei alguma coisa aqui – comentou Viratempo.
Xamã, ao olhar para a luminosidade estremeceu. A umidade, a fraca luz que tingia a pedra. Isso o lembrava de seu trabalho.
- Merda. VIRATEMPO! CORRE! – Viratempo, antes de se virar para correr com Xamã na direção contrária a qual ele olhava, viu, por um milissegundo, uma onda de pequenos seres saindo da escuridão, os olhos vermelhos, pele branca e cabeça achatada que dançavam no escuro o lembraram de um dos livros que ele havia lido sobre os Resultados.
Darklings, que viviam nas cavernas e infestavam esgotos das cidades.
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A estrada para o Monastério era muito mais conservada do que a anterior e a neve era muito mais fina, o que permitiu que Sabbath e Renton pudessem se locomover mais rapidamente.
- Você acha que tem alguém lá? - perguntou Sabbath.
- Vamos esperar que não - respondeu ela.
Correndo em direção a uma chance de reencontrar o resto do grupo, logo viram o monastério emergir do meio da neve e das árvores mortas, a construção bastante antiga de pedras robustas e esparsas janelas parecia ser o lugar perfeito para um inimigo se esconder e uma ótima maneira de fugir do frio do inverno que atacava a montanha.
- Ei, Renton, aquela janela na direita tem uma luz! - disse ele, parando de correr e tentando ver se percebia algo mais. Ela também parou e encontrou a janela, poderia ser uma vela? Estavam muito longe para realmente saber. 
- Vamos continuar, temos que chegar mais perto!
- Belez- Sabbath foi interrompido por alguma coisa. Quando Renton decidiu ver o que tinha acontecido não o viu. Sabbath tinha sumido.
Desatenciosos.
Quando ouviu aquela estranha e louca voz já não havia mais tempo para contra-atacar, ela já havia sido pega.
Em segundos, Sabbath e Renton sumiram da estrada de pedra. 
Capturados pelo inimigo.

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